segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sem abrigo, sem tudo e sem nada

Sem abrigo, sem Amor
Com frio, com fome

Inexistente para os políticos
Invisível para os executivos
Vivo à margem, num canto
Procurando uma réstia de alimento
Nos contentores dos senhores
Amnésia da minha família
Ingratidão dos meus ex-amigos

No metro vendo "Cais"
Sem abrigo, sem tecto

Só o sol é verdadeiramente democrático
Nesta sociedade podre
De camas de cartão

Anjos humanos despertam na noite
Para servir as nossas sopas
A troco de um sorriso, que tudo lhes paga

Sem abrigo, sem tudo

Assistentes sociais
Dos gabinetes acondicionados
Dos horários de escritório
Que nada fazem, e tudo ganham

Sem abrigo, sem nada

Um homem não é pobre se nada tiver
Um homem só é pobre, se nada Amar...



Poesia de Pedro Lopes (direitos reservados)

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