sábado, 28 de junho de 2008

Mar filósofo

Lancei a minha semente ao mar
Como se este fosse terra fértil
Sem saber o quanto o sal é estéril
De todos os olhos apenas os meus enganar

Esperei deitado na areia vendo barcos passar
O céu trovar, a maré encher e esvaziar
Muitas foram as luas, e calendários riscados
Tantas horas, dias, meses, e anos roubados

Tantas cartas de Amor, palavras doces, e poemas
Tudo cogitei, tudo indaguei, todos teoremas
Mas todos meus ideais foram por ti subjugados

Seguiste em frente sem remorso ou pena
Dos anos que me haviam sido roubados
Do meu património que havias delapidado



Pedro Lopes

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